Tira casaco , bota casaco, ou pintando a cerca?

Quem assistiu ao  Karate kid com o simpático senhor Miyagi ensinando o franzino Daniel Larusso  deve ter dado boas risadas  no modo como o bom velhinho usou para ensinar artes marciais ao assustado discípulo, ao mesmo tempo  reformando a casa e dando um trato nos carrões.  Da mesma forma  o fechado senhor Han  na refilmagem do mesmo filme, usou o cabide para ensinar kung fu ao pequeno  Xiao Dre juntamente com uma lição de boas maneiras.

 Para muita gente isso  foi apenas um modo 
engraçado de ensinar artes marciais. 

Já para quem é mais observador irá perceber a mensagem deixada de maneira bem clara.  Tudo é arte marcial. Cada aspecto  ou tarefa pode ser usado como treino,  quando você esta se vestindo ou trabalhando ou mesmo dirigindo seu carro,  pode estar fazendo  somente isso e  essas ações são simplesmente  reflexos motores do seu inconsciente. 

Para algumas pessoas essas ações contem um que a mais, são usadas para treinar também o corpo e o espírito , deixando  sempre uma janela de sobrevivência aberta caso seja necessário.  Uma pessoa comum adquire uma arma de fogo e já pensa que é atirador, um erro fatal.      Um artista marcial adquire uma arma de fogo e trata de aprender tudo sobre ela: seu poder de fogo, linha de tiro, alcance, tempo de reação,  técnicas inesperadas e tudo que for relevante ao seu uso.  Isso mostra a diferença porque na troca de tiro  as forças publicas quase sempre levam vantagens sobre os meliantes mesmo que os últimos  estejam  melhor armados.  Os primeiros são marciais.  No filme Besouro o mestre Alípio ensina ao pequeno Manoel que quem tinha lhe ensinado andar  tinha sido o seu próprio corpo e dessa forma também a arte marcial é o uso continuo do corpo, conhecendo aprimorando, treinando.    Ai esta a mensagem  das artes marciais deixadas de maneira explicita mas porém tratadas como subliminares de modo que somente quem observa atentamente consegue perceber o conteúdo implícito.  Outra mensagem é a de treinar os jovens  para fortalecer seus espíritos, para que não cresçam amedrontados, sabendo se defenderem sozinhos  sem contudo tornarem se violentos.